Economia: últimas notícias econômicas do Brasil e do Mundo
Novo salário mínimo impactará economia brasileira em R$ 125 bilhões até 2025, diz Dieese
Desde o dado industrial chinês abaixo do esperado, na quinta-feira (2), há perdas relacionadas a países e empresas que dependem do comércio com o gigante asiático. O sentimento é predominantemente negativo nas bolsas da Europa e da Ásia nesta sexta-feira, em reflexo das preocupações com o ritmo das economias locais e também da chinesa. As incertezas quanto ao ritmo de crescimento da China seguem no radar dos investidores em todo o mundo, enquanto o país elabora novas medidas de estímulo.
- O dólar alto também contribui para pressões inflacionárias, afetando principalmente alimentos e serviços.
- De acordo com economistas, essa dinâmica ruim tem colocado a economia brasileira em um tipo de “ciclo vicioso”, no qual notícias, indicadores e eventuais declarações de autoridades retroalimentam a percepção dos investidores sobre um cenário negativo na economia.
- Isso faz com que o aumento desses gastos seja ainda mais difícil de ser absorvido pela economia.
- Para o especialista, os bons resultados de alguns índices não significam crescimento econômico efetivo.
Inflação maior e despesas mais altas com juros (resultado da alta na Selic) forçam dívida pública para cima. Além disso, uma inflação maior que a esperada e um certo desapontamento do mercado financeiro em relação ao pacote fiscal contribuíram para a alta da moeda americana. Muitos empresários estão revisando seus planos de crescimento e hesitando em acelerar investimentos devido ao Rádio Santa Cruz AM aumento do custo do dinheiro. Há preocupações com uma possível alta na inadimplência, especialmente entre pessoas jurídicas. “Quando os gastos estão maiores, o governo transfere maior poder de compra para a população. Quando começa a parecer que a dívida está numa trajetória insustentável, crescendo rápido e sem perspectiva de estabilizar, os investidores ficam mais temerosos”, avaliou o economista Guilherme Tinoco, pesquisador associado do FGV IBRE.
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Desde o ano passado, a política de valorização do salário mínimo tem como objetivo assegurar um aumento real para os trabalhadores. O Dieese aponta que o salário mínimo é fundamental para a remuneração de aproximadamente 59,9 milhões de brasileiros, influenciando também o valor de aposentadorias, pensões e outros benefícios concedidos pelo INSS. O impacto do aumento de R$ 106 no salário mínimo acarretará um custo adicional de cerca de R$ 38,9 bilhões para o INSS.
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Outro fator que pode ser um obstáculo para o câmbio neste ano é a política econômica de Donald Trump. De volta à Casa Branca, o republicano planeja elevar tarifas de importação com a intenção de favorecer produtos norte-americanos. O efeito do movimento pode ser uma alta na inflação dos Estados Unidos e fortalecimento do dólar no mundo. Neste nível, a dívida brasileira está abaixo de nações desenvolvidas, próxima de países da União Europeia e acima dos emergentes, da América Latina e do Caribe. O governo busca zerar o rombo das contas públicas em 2025, mas admite que elas ficarão no vermelho até o fim do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva mesmo com novos aumentos de impostos.
A dívida do setor público consolidado fechou o mês de novembro em 77,7% do PIB – o equivalente a R$ 9,1 trilhões, segundo informações do Banco Central. “Tomando medidas mais ou menos em linha com aquele pacote que foi anunciado em novembro e aprovado no Congresso, mas talvez com alguma medida adicional para mostrar o mercado que as metas fiscais vão ser cumpridas”, acrescentou ele. Uma elevação de 1 ponto na taxa Selic aumenta a dívida bruta em R$ 50 bilhões por ano, ou 0,43 ponto percentual do PIB, diz o BC. “O governo avançou, com o novo arcabouço, e o déficit deste ano será bem menor que o do ano anterior …. Para o ano que vem, o desafio é de seguir diminuindo o déficit público, que ainda não está bem equacionado”, afirmou. Ele também defende a necessidade de o governo buscar o equilíbrio fiscal.
O mercado financeiro aproveitou a onda de otimismo após a ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) mostrar que as autoridades estão bastante inclinadas a iniciar o ciclo de cortes na taxa de juros americanas em setembro. E por falar em juros, conforme esperado pelo mercado, o Tesouro Nacional alterou o formato dos cronogramas dos leilões de títulos públicos para 2025. Em vez da periodicidade anual que prevaleceu em 2024, a instituição retomou o formato trimestral, o que pode repercutir no mercado financeiro hoje. Com o aumento do custo do dinheiro e a revisão de investimentos por parte das empresas, existe o risco de aumento nas demissões, o que poderia alterar o cenário de pleno emprego. Para Gilvan Bueno, a expectativa de aumento na taxa básica de juros, com projeções chegando a 15,25% em 2025, é um fator crucial. Este cenário é impulsionado por uma inflação persistente e tensões fiscais.